segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Considerações finais

A presença das tecnologias nos mais variados setores da sociedade contemporânea é inevitável e irreversível. De acordo com isto, educador não poderá mais ignorar esta realidade, e sim, apropriar-se das novas tecnologias de Iinformação e de Comunicação (TIC’s), aprendendo a ler e a escrever as suas diferentes linguagens. (Cortelazzo, 2000.) “Tecnologia de Informação designa toda forma de gerar, armazenar, processar e reproduzir a informação. [...] Tecnologia de Comunicação designa toda a forma de veicular informação” (ibidem).
A autora percebe a importância da capacitação dos educadores para o uso das TIC’s, mas alerta, que não basta, apenas, prepara-los para a pura e simples utilização de seus recursos, é preciso “prepara-los como leitores críticos e escritores conscientes das mídias que servem de suporte a essas tecnologias.” É necessário que os mesmos aprendam a ler outros meios, como rádio, a TV, o videogame, os programas de multimídia, as páginas da internet, mas que o aprendam de maneira racional e inteligente. (Cortelazzo, 2000).
De acordo com a autora alguns alunos são mais auditivos, outros mais visuais, uns precisam de textos que complementem imagens, outros precisam de imagens que complementem textos. Uns apresentam facilidade em aprender os conhecimentos se estes forem trabalhados de forma linear, outros precisam de certa hipertextualidade.
O educador, neste sentido, deve estar preparado para identificar quais recursos tecnológicos adequam-se melhor às necessidades de seus alunos, criando situações propícias para a otimização da aprendizagem.
Assim, se os mesmos conhecerem, manipularem e saberem utilizar a rede mídia, “poderão orientar seus alunos a trabalhar com elas, a desmistificarem seu uso, a decodificarem sua linguagem, e tornarem-se leitores e escritores proficientes destas mídias, e quando necessitarem da tecnologia saberem fazer as escolhas apropriadas”. Desta maneira, terão a oportunidade de utiliza-la para superar suas dificuldades, ampliarem suas potencialidades e desenvolverem novas habilidades.
Cabe salientar que é no espaço da sala informatizada, que professores e alunos tem a maior oportunidade de interagirem, na escola, com as novas tecnologias. Neste sentido, busca-se, desenvolver, junto a S.I, um trabalho de parcerias, que garanta o acesso qualitativo das tecnologias da informação e comunicação, por meio do desenvolvimento dos projetos colaborativos de aprendizagem.
“A prática pedagógica por meio do desenvolvimento de projetos é uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o professor, os recursos disponíveis, inclusive as novas tecnologias, e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente, denominado ambiente de aprendizagem. Este ambiente é criado para promover a interação entre todos esses elementos, propiciar o desenvolvimento da autonomia do aluno e a construção de distintas áreas do saber, por meio da busca de informações significativas para a compreensão, representação e resolução de uma situação-problema.” ( Almeida,1999).
Deste modo, busca-se realizar um trabalho que envolva a interação de diferentes sujeitos, tecnologias e ambientes, com vistas à contrução significativa do conhecimento.
2007 foi um ano de muitas mudanças, adaptações e inovações. Iniciou-se as atividades com o sistema Windows, software proprietário, realizando alguns trabalhos integrados com a biblioteca e professores do primeiro ano. Foram planejados atividades e projetos a partir dos recursos disponíveis naquele momento, quando houve o anúncio, pelo Núcleo de Tecnologias Educacionais, da substituição dos equipamentos e sistema operacional Windows por LINUX, e, logo em seguida, a sua efetivação.
Os recursos para a compra dos equipamentos são provenientes do PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação) desenvolvido pela SEED, Secretaria de Educação à Distância .
Ao contrário do sistema atual (Windows), LINUX adota a GPL, uma licença livre - o que significa, entre outras coisas, que todos os interessados podem acessá-lo, usá-lo e redistribuí-lo, sem a necessidade de autorização. A maior parte dos seus produtores disponibiliza os arquivos do sistema na Internet, gratuitamente para a realização do download.
Por ser livre, seus aplicativos e utilitários são passíveis de modificações, podendo ser alterados, de acordo com as necessidades do usuário.Os usuários de LINUX podem interagir com os seus desenvolvedores, efetuando sugestões sobre o sistema. Os programadores analisarão a aplicabilidade destas sugestões, podendo disponibilizar as modificações ou atualizações do sistema na Web.
No dia 17/04, recebemos vinte computadores, vinte estabilizadores, três gravadores de CD, três leitores de DVD, duas impressoras a laser (toner/tinta preta) e dois switchs (equipamento para conexão de rede e Internet). Neste mesmo dia, foram recolhidos da escola: nove computadores (um sem a CPU) e nove estabilizadores, os quais serão encaminhados a outra escola de RME. Seis computadores restantes, foram distribuídos pelos diferentes ambientes da escola: Biblioteca, Sala multimeios, sendo um reservado para o Laboratório de Ciências.
Em virtude do processo de substituição de computadores e adaptação ao novo sistema, o uso da sala informatizada ficou temporariamente suspenso ao desenvolvimento de projetos com alunos. Neste ínterim, prosseguiu-se, normalmente, com o planejamento de projetos, contemplando a utilização dos novos softwares.
Depois de instalados, os novos computadores funcionaram inicialmente com o gerenciador Muriqui e, sem rede, ou seja, localmente, sem comunicação entre si. Contudo, o Nte já previa a futura instalação do gerenciador Fedora e do sistema em rede.
Até o mês de setembro, os computadores funcionaram com o gerenciador Muriqui. Este apresentou diversos problemas técnicos, tais como dificuldade de acesso a disquetes e cds; impossibilidade da utilização de programas, em situações de queda de conexão na internet; limitações em softwares de desenhos, problemas de processamento de alguns softwares, etc. Mesmo face a estes entraves deu-se continuidade aos planejamentos e projetos, utilizando-se mais as ferramentas da Internet, que apesar da conexão lenta e problemas com blogs e wikis, tornou-se uma alternativa para a superação dos obstáculos referentes ao uso de recursos instalados nos computadores. Desta maneira, as pesquisas sistematizadas e produções em editores colaborativos destacaram-se neste de transição.
A partir de Outubro, houve nova mudança: a troca do gernciador Muriqui, pelo gerenciador Fedora, e finalmente a instalação dos microcomputadores em rede. Ocorreram novamente interrupções e adaptações. A cada modificação, era necessário fazer todo um trabalho de conscientização com alunos e professores sobre a necessidades das alterações, e replanejar o uso pedagógico da sala informatizada, dar informações e explicitar procedimentos, a partir dos testes e estudos que a coordenadora realizava com relação a nova realidade.A falta de formação dos profissionais com relação aos softwares Linux e de Website (Blog, Wiki, Web Quest, etc.) dificultou o trabalho da coordenação da S.I. e pleno desenvolvimento das atividades programadas.
Pode-se dizer que a referida mudança foi positiva, uma vez que diversos problemas técnicos foram superados. Na ausência da Internet, por exemplo, é utilizar os programas do sistema, sem que haja falhas de processamento das informações. A instalação da rede também auxiliou no gerenciamento dos arquivos, e no acesso dos alunos e professores aos seus respectivos documentos. No Fedora, a utilização do pen drive é mais simples, embora ainda tem-se o problema de acesso a alguns tipos de documentos salvos em cds e disquetes.
Com a sala funcionando em condições melhores, o número de projetos e atividades desenvolvidos aumentou. Todas as turmas, exceto, a recém criada turma 25, utilizou a sala informatizada para o desenvolvimento de projetos ou atividades. A maioria dos professores teve a oportunidade de participar de trabalhos cooperativos, junto à S.I.
A maior dos projetos e atividades foram encerrados no final de novembro. Os problemas técnicos, a substituição dos equipamentos e softwares, troca de professores, período de greve e feriados, falta de luz, outros eventos educativos (cursos, seminários, festividades, Prova Brasil/Floripa, etc.) que coincidiram, muitas vezes, com horários de determinados projetos/atividades, foram fatores contribuintes para a redução do tempo para o desenvolvimento dos projetos e atividades, sendo que vários não puderam ser concluídos. Todavia, em muitos destes, o processo de construção foi bastante rico, permeados por diversos momentos de reflexão, discussão, pesquisa, socialização e produção de novos conhecimentos, e sem dúvida, conduziram a diferentes aprendizagens relacionadas ao uso das midias educativas, às interações sociais e aos conteúdos investigados.
Para o ano seguinte, sugere-se a realização de mais cursos de formação para os profissionais da escola na área de Tecnologia Educacional, principalmente, voltados para o uso pedagógico de recursos Linux e Websites, em dias que não coincidem com os outros cursos promovidos pela Prefeitura, para que todos os contemplados possam participar e não prejudicar o andamento das aulas; a continuidade de atendimento de equipe técnica, especializada no sistema operacional Linux, para sejam ampliadas as possibilidades da qualidade de ensino.

Fontes de pesquisa:

ALMEIDA, Maria Bianconcini Elizabeth de. Projeto: uma nova cultura de aprendizagem. MEC/PROINFO: Brasília, 1999.
CORTELAZZO, Iolanda.B.C. Colaboração, Trabalho em Equipe e Novas Tecnologias em cursos de Pós-Graduação. Tese de Doutorado, FE-USP, 2000.

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